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segunda-feira, 5 de abril de 2010



A FORMACAO DO ESTADO PORTUGUES

A Dinastia de Borgonha


A origem do Estado português ligou-se a movimento peculiar a península Ibérica, que se convencionou chamar de reconquista, no séc VIII, os muçulmanos invadiram e ocuparam essa região como parte de um processo de expancao amplo que se iniciara no século anterior . Em 711, provenientes do norte da África, eles penetraram a península pelo sul.

A resistência ganhou forca a partir do século XI, após a formação de alguns reinos cristãos do norte, como Leão, Castela, Navarra e Aragão. Assim, em meio a uma guerra contra os mouros, que adquiriu a feição de uma cruzada e, por isso, contou com a ajuda de grande parcela da aristrocacia européia, atraídas pelas terras que a conquista lhe propiciaria, surgiu Portugal.

No reinado de Afonso VI, de Leão, dois nobres franceses - Raimundo e Henrique de Borgonha - receberam, em recompensa pelos serviços prestados ao rei, a mão de suas filhas, alem de terras como dote, o primeiro recebeu terras ao norte do rio Minho, o condado de Galiza, enquanto o segundo recebeu o condado Portucalense, localizado ao sul do mesmo rio.

Todavia essas terras não constituíam reinos independentes e seus proprietários deveriam prestar vassalagem ao rei de Leão.

No condado Portucalense, a tendência separatista se manifestou cedo, ganhando intensidade com a morte de Afonso VI, finalmente, no século XII (1139), D.Afonso Henrique, filho de Henrique de Borgonha, conseguiu a independência do reino de Leão e fundou a monarquia portuguesa, organizando sua primeira dinastia.

A partir da formação de Portugal como reino independente, intensificou-se o movimento de reconquista, liderado pelo próprio monarca, que determinava a forma de organização dos territórios conquistados aos mouros, por exemplo, a distribuição de terra a nobreza, como recompensa de serviços prestados, não implicava caráter hereditário, ficando o nobre à mercê da autoridade real.

A faculdade de determinar a forma de organização dos territórios aliada ao constante estado de guerra, que exigia a manutenção de exército permanente-mente mobilizados contra os mouros, possibilitou ao monarca assumir um papel de chefe militar, centralizando poderes em suas mãos, controlando os impostos a nível nacional e administrando a justiça. Dessa forma, a unificação do território português foi concomitante ao fortalecimento do poder real.

Durante a maior parte do tempo em que a dinastia de Borgonha governou Portugal, sua economia foi sobretudo agrária, a pesca era uma atividade secundaria, realizada próximo a costa e restrita somente a da sardinha.

Com o tempo, o rei passou a incentivar a atividade pesqueira, que tendeu a crescer, recursos técnicos foram mobilizados, permitindo uma melhora das embarcações e o oceano passou a ser penetrado cada vez mais distante da costa na busca do atum e da baleia.

Assim, desenvolveu-se uma atividade comercial intensa, baseada na pesca e na extração do sal, gerando grandes lucros que eram apropriados pelo estado e pelos mercadores, as cidades litorâneas tenderam a crescer, justamente com a burguesia mercantil.

Com a crise do século XIV, ao contrario do que aconteceu com o sistema feudal, a atividade mercantil sofreu um grande impulso, sobretudo nas rotas marítimas, as insurreições camponesas e urbanas, o clima de agitação social e a falta de segurança nas estradas contribuíram para que o setor mercantil transferisse as rotas terrestres, que ligava as cidades italianas a Flandes (norte da Europa), para a via marítima.

Isso beneficiou os paises situados no atlântico, e Portugal, que ficava a meio distancia dos dói pontos, tornou-se passagem obrigatória para as embarcações que trafegavam nos dois sentidos, iniciava-se assim o deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, assim no reinado de D. Fernando, ultimo rei da dinastia de Borgonha, já havia nos portos portugueses um grupo mercantil fortalecido pela valorização econômica das rotas do Atlântico.


A dinastia de Borgonha governou Portugal por 244 anos
(1139-1383)


D. Afonso I (Afonso Henrique) – 1139-1185
D. Sancho I – 1185 – 1211
D. Afonso II – 1211 – 1223
D. Sancho II – 1223 – 1248
D. Afonso III – 1248 – 1279
D. Dinis – 1279 – 1325
D. Afonso IV – 1325 – 1357
D. Pedro I – 1357 – 1367
D. Fernando I – 1367 - 1383


A Dinastia de Avis


D. Fernando, ao morrer, deixara somente uma filha casada com o rei de Castela, que se mostrava interessada na anexação do pequeno reino, a anexação interessava aos nobres que se sentiam prejudicados pelo crescimento das cidades e da burguesia mercantil. Porem não interessava a burguesia mercantil e nem aos demais menbros do terceiro estado, sobretudo aos camponeses e aos servos, pois estes percebiam que, como o fortalecimento da nobreza, suas condições tendiam a piorar.
Surge daí o apoio popular e da burguesia a um filho bastardo do pai de D. Fernando, o Mestre de Avis, que representava as aspirações da camada burguesa, na lutra contra as forcas da nobreza aliadas a Castela.
Em meio a crise nacional que se desencadeou, as forcas do Mestre de Avis, após dóis anos de lutas, venceram definitivamente os seus opositores na batalha de Algibarrota.
O Mestre de Avis foi aclamado e reconhecido oficialmente rei (D. João I), inaugurando a segunda e mais importante dinastia a governar Portugal, a dinastia de Avis.
Com a ascensão de D. João I (1385), a burguesia, devido ao seu poder econômico, conseguiu influenciar o governo português, se tornou a primeira monarquia nacional da Europa, criando as condições necessárias para a expansão marítima - comercial.



A dinastia de Avis governou Portugal
(de 1385 a 1580)

D. João I - 1385 – 1433
D. Duarte - 1433 – 1438
D. Afonso V - 1438 – 1481
D. João II - 1481 – 1495
D. Manoel - 1495 – 1521
D. Joao III - 1521 – 1557
D. Sebastião - 1557 – 1578
D. Henrique - 1578 – 1580